sábado, 28 de novembro de 2020

Saudades

Devolva-me o abraço que te dei
abraçando-me outra vez
O sorriso ocultado em minha face
reacenderá mais uma vez
Que não seja efêmero
mas sim eterno dessa vez
Só para sentir o toque
pelo menos uma última vez
Ou quem sabe voltar no tempo
e deixar chegar a minha vez
Dando-lhe minha própria vida
para que você possa viver mais uma vez

_ Wilane Henrique

sábado, 21 de novembro de 2020

A Lista

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber

Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais

Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

_Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Casamento

Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

_Adélia Prado

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Meu Brasil Brasileiro

“Meu Brasil, brasileiro”
sua história não é antiga
dizem que começou em 1500
mas já sabemos que é mentira
apesar de descoberto
um povo aqui já vivia

Um povo que foi explorado
Foi-se o pau-brasil
Um povo que foi colonizado
Foi-se suas terras
Um povo que foi escravizado
Foi-se a liberdade
Um povo que foi catequizado
Foi-se suas crenças

Meu Brasil, brasileiro
O país da miscigenação
os africanos aqui chegaram
infelizmente, para escravidão
mesmo depois de libertos
o preconceito não foi embora não
a tese do branqueamento
foi considerada a solução
o homem branco e europeu
era visto como o mais inteligente e o padrão
e o Brasil meu amigo
foi o ultimo a abolir a escravidão

O preconceito ainda existe
são os traços da escravidão
te daremos um exemplo
dessa situação
negros morrem todos os dias
até mesmo sem razão
por policiais
que dizem querer o bem da nação

Meu Brasil, brasileiro
onde todos são iguais
seguindo a constituição
mas a lei é diferente
e tem distinção
o dinheiro compra tudo
até a sua absolvição
mas se você é pobre
talvez vá para prisão

Meu Brasil, brasileiro
O país da biodiversidade
repleto de vegetação
sendo Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal
que por antrópica ação
sofre constantemente
com a sua destruição

Te daremos um exemplo
desta devastação
o Pantanal estava em chamas
que crítica situação
animais estavam morrendo
naquela região

Meu Brasil, brasileiro
povo desta nação
por favor me escute
e preste atenção
o futuro está
em nossas mãos

_Wilane Henrique

Recitação: 
Poema Apresentado no ConectArte, no dia 5 novembro de 2020.